Eunápolis - Antes de iniciar esta matéria ressaltamos que, o Estado é o legítimo culpado por essa estatística terrível que mancha o Brasil, e choca diariamente a sociedade.

Dados extra-oficiais, aliados às matérias que são divulgadas através dos sites de notícias voltados para a criminalidade, apontam um enorme crescimento da violência no Extremo Sul da Bahia. Esse número tem crescido anualmente.  Muitos são os crimes bárbaros, praticados, na sua maioria, por assassinos frios, que matam abertamente nas vias públicas, aos olhos da sociedade. No ano passado, a imprensa nacional deu divulgação a uma pesquisa sobre o mapa da violência, apontando Porto Seguro e Itabuna como as cidades mais violentas da Bahia.

As autoridades cruzam os braços diante desse morticínio, sem precedentes na história, e que engrossa os números das estatísticas mundiais, envergonhando o Brasil, colocando-o na lista negra dos países que mais matam jovens e adolescentes.

As cadeias públicas estão superlotadas, e o Estado não se pronuncia. Um presídio que seria inaugurado em Eunápolis há muito tempo, permanece emperrado por negligência do Governo do Estado. Policiais estão executando pessoas sob a alegação de serem as vítimas, traficantes perigosos. Nada é apurado. Policiais estão espancando prisioneiros há décadas e nada também é apurado.

Traficantes recrutam meninos e meninas para o tráfico e depois são executados antes de completaram 18 anos

A região mais uma vez foi notícia na mídia nacional esta semana, mostrando três investigadores da Polícia Civil, lotados na Delegacia de Porto Seguro, incluindo o filho de um dos policiais, todos suspeitos de envolvimento com a morte do preso Ricardo Santos Dias, 21 anos. Arrancado do cárcere e entregue para ser espancado até a morte.  Existem indícios fortes de que eles torturaram o preso de forma animalesca. Um crime hediondo.

A tortura predomina nas cadeias públicas. Corpos são desovados no Extremo Sul da Bahia, outros desaparecem para sempre, e nenhum desses crimes é apurado. Não há registro de prisões dos envolvidos.

A nova edição do Mapa da Violência, elaborado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz e editado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e o Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (Cebela), traz grave alerta sobre o que chama de “epidemia” da violência no Brasil contra crianças e adolescentes.

Em um ranking de 92 países do mundo, apenas El Salvador, Venezuela e Guatemala apresentam taxas de homicídio maiores que a do Brasil (44,2 casos em 100 mil jovens de 15 a 19 anos).

As elevadas taxas de homicídio, segundo o coordenador do estudo, o pesquisador argentino Julio Jacobo Waiselfiz, mostram uma triste realidade: o Brasil e os países da América Latina são sociedades violentas.

Os próximos prefeitos das cidades da Costa do Descobrimento inclusive Eunápolis, têm o compromisso de elaborarem projetos eficazes, que possam diminuir esses números crescentes da violência. Caso contrário, esta região logo se igualará às cidades violentas do México.