Em momentos de calor intenso, como os registrados em alguns estados brasileiros nos últimos dias, os ventiladores surgem como uma forma de aliviar o estresse térmico. No entanto, nem sempre estes equipamentos são recomendados.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), eles devem ser evitados sempre que as temperaturas estiverem acima de 40 °C e o clima estiver seco. Isso porque os ventiladores podem piorar a sensação térmica em ambientes muito secos e quentes.

Baixa umidade do ar é o principal problema

• Em estudo publicado no The New England Journal of Medicine, pesquisadores apontam que os ventiladores até podem aliviar o estresse cardíaco em idosos, mas desde que não sejam utilizados em dias de muito calor.
• Eles explicam que isso acontece em quadros de baixa umidade relativa do ar.
• Este cenário acaba aumentando o estresse térmico no organismo, o que pode levar inclusive à morte (em casos extremos).
• Mesmo com a conclusão, especialistas alegam que é difícil reproduzir pesquisas em ambientes muito quentes (justamente pelos riscos) para confirmar os impactos negativos.
• No Brasil, o clima é predominantemente úmido, o que diminui os riscos envolvidos. Mas vale se atentar à combinação de altas temperaturas e baixa umidade relativa.

Ventiladores também apresentam vantagens

Pesquisadores explicam que o principal mecanismo de resfriamento do corpo humano é através do suor na superfície da pele. Se a umidade relativa do ar estiver alta, os ventiladores funcionam bem, pois facilitam a evaporação do suor, resfriando o corpo.

Já em condições de baixa umidade, o suor evapora mais rápido e o ventilador servirá apenas para jogar ar quente sobre a pele, aumentando a sensação de calor. Nestes casos, a recomendação é se hidratar bem.

Apesar dos riscos, os especialistas destacam que os ventiladores não são vilões. Se usados corretamente, os equipamentos podem ser aliados importantes no conforto térmico, principalmente em locais sem ar-condicionado.