Bahia, 23 de Abril de 2024
Por: CNN Brasil
16/09/2022 - 05:42:32

O medo da violência política atinge 67% da população, é o que mostra o Panorama Brasileiro Pré-Eleições de 2022, realizado pelo Datafolha, a pedido da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade, em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O resultado da pesquisa mostra uma situação inédita de violência política no país, 3,2% dos entrevistados, que representariam 5 milhões de pessoas, afirmaram que sofreram ameaças no último mês por causa de posições partidárias. E, apesar de uma redução no número de mortes violentas nos últimos anos, a sensação de insegurança para se expressar politicamente só cresceu.

“A gente precisa viver num regime e a democracia prevê isso, que as pessoas tenham por exemplo, liberdade de se expressar. Isso é um direito básico de regime democrático. Se a gente tem uma sociedade com medo, significa que podemos ter menos pessoas se manifestando e fazendo valer a sua voz e seu direito de manifestação, e aí é uma ameaça à democracia”, declara Mônica Sodré, cientista política e diretora-executiva da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade.

Ainda segundo a cientista política, os recentes casos de agressões aumentam o medo do eleitor.

Na semana passada, um assessor parlamentar bolsonarista se envolveu numa confusão quando passou com o carro em meio a uma concentração de petistas no Rio de Janeiro. Na imagem ele aparece sangrando e diz ter sido atingido na cabeça.

Em julho, um caso com desfecho trágico. O assassinato do guarda municipal petista, Marcelo Arruda, no Paraná pelo agente penal Jorge Guaranho. A audiência de instrução do réu entrou nesta quinta-feira (15) no segundo dia, em Foz do Iguaçu.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes, lamentou os episódios de violência.

“Nós estamos vendo alguns acontecimentos lamentáveis mesmo, de violência, seja violência física como ocorreram entre eleitores, como violência verbal, tivemos oportunidade de ver recentemente um deputado estadual agredir verbalmente uma jornalista. Uma coisa totalmente fora dos padrões de civilidade”, cita Moraes.

Para Mônica Sodré, “a democracia é o único regime que permite que as pessoas possam se expressar livremente e garante que as minorias que não conseguiram se fazer representar no parlamento, no espaço político tenha seu direito assegurado. A gente não pode permitir que o ambiente de debate de disputa de ideias, vire um ambiente conflituoso, tendendo até à letalidade em alguns casos, como a gente tem assistido. Isso é grave e não é compatível com uma democracia.”

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