O surto de ebola que atingiu a África Ocidental este ano foi considerado o maior da história desde o descobrimento da doença, em 1976. O primeiro caso ocorreu em dezembro de 2013, na Guiné, mas só foi identificado em março. A doença espalhou-se pelos países vizinhos Serra Leoa e Libéria, pela Nigéria e pela República Democrática do Congo (onde foi localizada uma cepa diferente do vírus). Desde então, a Organização Mundial da Saúde (OMS) contabilizou 7.518 mortos e um total de 19.340 casos. Casos também foram registrados na Espanha e nos Estados Unidos e, em outubro, foi identificado um no Mali.
A OMS informa que o número é provavelmente muito maior do que o oficialmente reportado. Para a organização, isso se deve à resistência por parte da comunidade em informar sobre os casos e também à deficiência no sistema de saúde dos países mais afetados.
Além das mortes, o surto estigmatizou os países atingidos e trouxe problemas econômicos para essas regiões. Um relatório divulgado pelo Banco Mundial (Bird) em setembro mostrou que a economia dos três países mais atingidos, a Guiné, a Libéria e Serra Leoa, poderia acumular perdas de cerca de US$ 2 bilhões.
O documento diz que se a epidemia não for contida em breve, o impacto econômico negativo no próximo ano pode ser oito vezes maior do que se ela for controlada. O preconceito e o “pânico” gerado pela rápida propagação do vírus na região estigmatizou e isolou os habitantes dos países mais afetados.