Bahia, 27 de Novembro de 2025
Por: Gazeta do Povo
27/11/2025 - 09:01:18

Parlamentares ligados ao setor agropecuário reagiram contra a demarcação de terras indígenas pelo governo Lula. Foi apresentada na terça-feira (25) uma queixa-crime por prevaricação e, nesta quarta-feira (26), foi aprovada a convocação do Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, na Comissão de Agricultura.

A votação dos requerimentos na Comissão de Agricultura seguiu a iniciativa da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que apresentou notícia-crime à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Ricardo Lewandowski e outros agentes públicos.

A FPA contestou a edição de quatro decretos de homologação e dez portarias declaratórias de terras indígenas, publicados durante o encerramento da COP30. Segundo a bancada, os atos foram editados em desacordo com a Lei do Marco.

Popularidade da megaoperação no Rio põe em xeque visão de Lewandowski sobre o crime Lewandowski ignora 3ª convocação e oposição prepara denúncia de crime de responsabilidade Temporal das terras indígenas, aprovada no Congresso Nacional e agora discutida no Supremo.

A Comissão de Agricultura quer ouvir o ministro sobre uma suposta omissão da Força Nacional em relação às invasões indígenas em propriedades rurais.
Segundo parlamentares responsáveis pelos requerimentos, a ausência de resposta do Ministério da Justiça contribuiu para uma escalada de violência no meio rural, com destaque para o caso de Caarapó (MS), em que indígenas da etnia Guarani-Kaiowá armados ocuparam uma fazenda e maquinários, produtos e estruturas agrícolas foram incendiados, causando prejuízos milionários aos produtores.

A fazenda fica próxima de uma aldeia e indígenas alegam que parte da fazenda invade seu território. Pedro Lupion (Republicanos-PR) afirmou no requerimento que o Ministério da Justiça tem “responsabilidade direta” pelo acionamento da Força Nacional e classificou a omissão como “inaceitável”.

Rodolfo Nogueira (PL-MS) reforçou que a situação do seu estado, Mato Grosso do Sul, se transformou em um “quadro de insegurança generalizada no campo”: “O produtor rural está indefeso. Em Caarapó, vimos bens destruídos, famílias
ameaçadas e nenhuma resposta imediata do governo federal. É dever desta Comissão cobrar esclarecimentos urgentes”, afirmou o deputado.

FPA liga omissão a demarcações

Para a FPA, o governo avançou nas demarcações sem aguardar o fim de uma conciliação conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC 87), que trata justamente da aplicação do Marco Temporal.
“Após deliberação da nossa diretoria, apresentamos notícia-crime por prevaricação e abuso de autoridade. Esses atos afrontam a legislação vigente e rompem o equilíbrio institucional entre os Poderes”, afirmou Pedro Lupion.

 

 

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