
A pesquisa analisou dados de 2021 a 2025 e considerou tanto o nível de criminalidade quanto a capacidade dos Estados de combater grupos criminosos. As pontuações variam de 0 a 10 e medem o impacto do crime organizado com base em
fatores como estrutura das organizações e mercados ilícitos em operação.
Já na classificação de resiliência, o Brasil aparece em 86º lugar, avanço em relação à 94ª posição registrada em 2023. Ainda assim, o país integra o grupo de 66 nações com alta criminalidade e baixa capacidade de enfrentamento, ao lado de México,
Camboja, Rússia, Camarões e Etiópia. O pior desempenho é o de Mianmar, na Ásia.
O estudo mostra que países com baixo índice de resiliência enfrentam ameaças significativas em diversos mercados ilícitos e têm falhas nos mecanismos de combate.
Ranking de criminalidade
1. Mianmar (8.08)
2. Colômbia (7.82)
3. México (7.68)
4. Paraguai (7.48)
5. Equador (7.48)
6. República Democrática do Congo (7.47)
7. África do Sul (7.43)
8. Nigéria (7.32)
9. Líbano (7.30)
10. Turquia (7.20)
11. Quênia (7.18)
12. Iraque (7.17)
13. Honduras (7.10)
14. Brasil (7.07)
15. Líbia (7.05)
16. República Centro-Africana (7.03)
17. Afeganistão (7.02)
18. Camboja (7.02)
19. Síria (6.98)
20. Venezuela (6.97)
Crime organizado: relatório destaca aumento dos crimes financeiros Globalmente, os crimes financeiros seguem como o mercado mais lucrativo e registraram a maior expansão desde 2023. Além disso, o relatório mostra crescimento do tráfico de cocaína e drogas sintéticas, enquanto maconha e heroína perdem espaço.
A maconha, no entanto, continua sendo a droga mais consumida no mundo. Os pesquisadores relacionam a expansão da cocaína à América do Sul e destacam o alcance internacional dos cartéis que operam na região.
Em comparação, o mercado de drogas sintéticas se mostra mais descentralizado e flexível. Ele tem centros de produção próximos aos consumidores, o que reduz custos operacionais e de transporte.
Além do tráfico e dos crimes financeiros, o estudo cita o aumento de delitos não violentos e cibernéticos. A falsificação também cresce, impulsionada pela inflação global e pelas guerras comerciais, que levam consumidores a buscarem produtos
mais baratos.
Segundo o levantamento, grupos infiltrados no Estado são os mais comuns no mundo. Em 80 dos 193 países analisados, eles exercem influência classificada como severa sobre o poder público.
De acordo com a GI-TOC, o crime organizado não apenas se expande, mas se reorganiza. “As evidências apontam para mudanças profundas na dinâmica do cenário criminal”, afirma o texto. O relatório alerta ainda para a redução da
cooperação internacional no combate ao crime transnacional, em razão do enfraquecimento do multilateralismo.