A proposta do ministro dos Transportes, Renan Filho, de tornar facultativa a formação em autoescolas para quem deseja tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) não caiu bem entre os empresários e trabalhadores do setor. Em nota divulgada, a Federação Nacional das Autoescolas (FENEAUTO) criticou a medida e atacou o que disseram se tratar de uma ‘estratégia política pessoal do ministro’.
Em entrevista ao Jornal Folha de S. Paulo, Renan Filho defendeu que o cidadão tenha liberdade para escolher como aprender a dirigir, com o objetivo de reduzir os custos do processo de habilitação, que hoje variam entre R$ 3 mil e R$ 4 mil, segundo ele. A ideia é que o aluno possa contratar um instrutor credenciado ou treinar em locais privados, sem a exigência de passar por uma autoescola. As provas teórica e prática continuariam obrigatórias.
A FENEAUTO, no entanto, contesta essa justificativa e elenca uma série de questionamentos à proposta:
“A proposta faz parte de uma estratégia política pessoal do Ministro e até o presente momento não encontra amparo dentro do próprio Governo Federal.
Segundo o ministro, a proposta já estaria pronta para ser apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não precisaria de um aval do Congresso Nacional, uma vez que poder ser implementada por meio de ato do Executivo.
No entanto, a federação lembra que o próprio Executivo lançou recentemente um novo programa de CNH Social, que prevê o custeio da formação teórica e prática para pessoas de baixa renda, indicando que não há intenção oficial de extinguir o setor.
Sindicato da categoria em Minas critica projeto de tornar aulas opcionais para tirar CNH.
O Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Estado de Minas Gerais (Sindicfc-MG) manifestou “profunda preocupação” e defendeu a importância das autoescolas para a formação responsável de motoristas.
“A eliminação das aulas obrigatórias poderá levar à precarização da formação, ao aumento de riscos à segurança viária e à desestruturação de pequenas empresas em cidades do interior”, argumenta o sindicato.
O comunicado afirma que “o processo de habilitação precisa evoluir” e traz sugestões para facilitar o acesso a CNH “sem comprometer a segurança pública”. Abaixo, confira as propostas do Sindicfc-MG: