Uma das figuras mais influentes do esporte global, o bilionário sheik Mansour Bin Zayed Al Nahyan, concretizou em 2023 a aquisição do Esporte Clube Bahia por meio do poderoso Grupo City, em um investimento que pode chegar a R$ 1 bilhão até 2025.
Além de controlar uma rede internacional de clubes e ser o dono do Manchester City, Mansour também detém 5% das ações da Ferrari, uma das marcas mais icônicas da Fórmula 1.
O investimento pesado no Bahia já começou a causar inquietação em outras partes do futebol brasileiro. O presidente do Botafogo, por exemplo, já expressou preocupação com o potencial de desequilíbrio competitivo gerado por cifras tão altas.
Bahia entra para elite global do futebol
Fundado em 1931, o Bahia iniciou uma nova era ao vender 90% de sua Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para o conglomerado árabe. A aprovação veio diretamente dos sócios do clube, e o contrato foi oficializado em 4 de maio de 2023. O Grupo City já aportou R$ 380 milhões apenas neste primeiro ano de gestão, com previsão de alcançar o montante de R$ 1 bilhão até o fim do plano de investimento.
A entrada do Bahia no portfólio da holding representa um salto inédito para o futebol brasileiro, que passa a fazer parte de uma rede internacional de intercâmbio esportivo e tecnológico com clubes em quatro continentes.
Um império esportivo global
O Grupo City controla diretamente ou mantém parcerias com mais de uma dezena de clubes pelo mundo. Entre os principais estão:
Europa: Manchester City (ING), Girona (ESP), Palermo (ITA), Troyes (FRA), Lommel SK (BEL)
Américas: New York City (EUA), Montevideo City Torque (URU), Bolívar (BOL – parceiro)
Ásia: Mumbai City FC (IND), Yokohama F. Marinos (JAP), Sichuan Jiuniu (CHN)
Oceania: Melbourne City (AUS)
Esse ecossistema permite troca de jogadores, know-how técnico e integração de categorias de base, o que pode beneficiar o Bahia tanto no presente quanto a longo prazo.
Quem é o bilionário por trás da compra?
Mansour bin Zayed al-Nahyan nasceu em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, em 1970. Estudou nos Estados Unidos e, antes de adquirir o Manchester City em 2008, foi dono do Al Jazira Football Club, equipe de sua cidade natal. Atualmente, é vice-primeiro-ministro dos Emirados Árabes, membro do Conselho Supremo do Petróleo e presidente da Emirates Racing Authority, além de ser irmão do ex-presidente Khalifa bin Zayed al-Nahyan.
Com uma fortuna estimada em R$ 126 bilhões, grande parte vinda do setor petrolífero, o sheik se tornou símbolo de poder e influência no esporte mundial. Sua participação como acionista da Ferrari reforça seu alcance em outros mercados de elite, como o automobilismo.
A entrada do Grupo City no Brasil representa um novo capítulo para o esporte nacional, que agora lida com os impactos de um modelo de gestão globalizado e multimilionário.
Foto: sheik Mansour Bin Zayed Al Nahyan, novo dono do E.C Bahia (Reprodução/AFP).