Inaugurada com pompas e homenagens no dia 25 de dezembro de 2003, pela Veracel Celulose, com as presenças várias autoridades, a Escola Rainha Sílvia, no distrito de Barrolandia, município de Belmonte, se transformou em escombros, tornando-se um dos maiores símbolos do descaso educacional e fragilidade deste importante segmento da sociedade.
O equipamento de ensino, na época, uma das maiores conquistas daquele município, e portfólio raro da empresa, com capacidade de receber 120 alunos, dotada quatro salas de aulas, biblioteca com pontos de acesso à internet, área de recreação e cozinha moderna, estava desde 2019 sob a responsabilidade da Prefeitura de Belmonte. Hoje, a escola desapareceu completamente, transformando-se em escombros e entulhos, restando apenas a árvore pau-brasil plantada pelas mãos delicadas da rainha Silvia, da Suécia, no jardim da escola, símbolo que ainda resiste de pé, sem sabermos por quanto tempo. Próximo aos escombros, em uma quadra esportiva semi-abandonada, adolescentes jogavam futebol na tarde deste domingo, 10, jovens que poderiam ser amparados por uma escola mais digna, no entanto, apenas observam aquele que foi um equipamento de educação de ponta ser jogado ao chão pela falta de sensibilidade tanto por parte da Veracel Celulose e pela Prefeitura de Belmonte.
Fatos tristes como este, empurram centenas de jovens adolescentes para o buraco cruel da violência que predomina naquele localidade, onde a crueldade dos traficantes está predominando.
Reinaugurada no mês de maio de 2029, sob o coral de flautas da Associação Lar da Menina, que executou os Hinos Nacional e de Belmonte, a representante da Veracel, na época, Isabel Bianchi, ressaltou a satisfação da empresa em estar contribuindo com aquela parceria iniciada desde a chegada da empresa na região. “Esse prédio foi um dos primeiros resultados da parceria entre a Veracel e o Município de Belmonte e esse prédio foi palco da história de muitas crianças que foram atendidas por essa unidade. Essa reforma também serve para reafirmar essa parceria que ainda resultará em muitas conquistas para a comunidade de Barrolândia". Passados quatros anos, os resultados foram catastróficos, e merecem o repúdio por parte da sociedade. Uma vergonha sem precedentes e que enoja a todos nós.
Foto: A rainha Sílvia da Suécia, durante visita à escola que levava seu nome / arquivo agazetabahia