A ocupação desse vale, teve início no século XVI, em decorrência das expedições ao território mineiro, ligadas ao movimento de entradas e bandeiras, onde criou-se há poucos quilômetros, da hoje, Cidade Baixa, o tradicional porto de Cachoeirinha, inexistente há cerca de um século.
Somente por volta de 1906 é que começaram a surgir as primeiras casas na beira do rio, na margem direita, dando origem ao povoado denominado de Pedra Branca.
À medida que o povoado foi crescendo, até a data da emancipação política, no dia 14 de agosto de 1958, o comércio naquela localidade, tornou-se forte e bem movimentado, influenciado pela produção do cacau, e como ponto de distribuição de manufaturados que ali chegavam através das enormes canoas vindas carregadas do porto de Belmonte.
E, dali desciam o rio abaixo, transportando toda produção do cacau do município e região. Naquele tempo, através das famílias tradicionais e pioneiras, coronéis do cacau, foram construídos muitos casarões, depósitos de exportação, armazéns, prédios públicos, bancos.
A Lei que criou o município de Itapebi, só prevaleceu para a Cidade Baixa, pelo curto período de 12 anos. Pois no início da década de 70, o então prefeito Renato Duarte da Costa, resolveu transferir a cidade para um local mais alto, hoje, denominado de Cidade Alta, onde se instalou Prefeitura Municipal e Câmara de Vereadores, atraindo o comércio e outros órgãos. Fato que levou à decadência da Cidade Baixa, abandonada pelos ex-prefeitos, e pela própria comunidade que não soube lutar pela manutenção do seu secular patrimônio.
De lá até os dias de hoje, quem visita a Cidade Baixa, logo percebe que o lugar já foi um centro comercial pujante e rico. Vê isso, nos detalhes e riquezas das antigas construções. Um lugar deslumbrante que se mistura com a paisagem verde do que ainda resta da Mata Atlântica. Deslumbra-se com a imponência do rio Jequitinhonha, apesar de seu leito coberto de areia.
É uma pena, que todo esse patrimônio, composto de centenas casarios, esteja se acabando. Quase todos, já foram destruídos. Parte pelo descaso e o abandono, outros, pela ganância dos vendedores de madeiras nobres, retiradas de forma criminosa aos olhos das autoridades. Um patrimônio secular que precisa ser visto com o olhar da proteção do Estado.