Bahia, 20 de Abril de 2024
Por: Jornal Cidade Online
13/01/2022 - 07:54:33

O Banco Genial, novo nome do Brasil Plural, pagou mais de 260 mil reais por pesquisas que apontam vitória do
petista.
Qual o interesse do banco?

Um trabalho jornalístico realizado pelo site Pleno News identificou a informação.
Trata-se da primeira pesquisa realizada em 2022 para o cargo de presidente da República.
Lula, o candidato que não consegue sair nas ruas, aparece com 45 por cento das intenções de votos.
Mesmo assim, as pesquisas há muito tempo vem indicando um cenário pró-Lula, o que é bastante questionável.

Agora, como estamos em ano eleitoral, está sendo possível identificar quem está financiando tais consultas, pois
agora passou a ser obrigatório que as pesquisas sejam registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
indicando, entre as informações, quem paga pelos estudos.

E foi com base nessas informações que o site, por meio do cruzamento de dados divulgados nos sites do TSE,
da Receita Federal e do Portal da Transparência, descobriu que o pagador da primeira pesquisa do ano é uma
instituição bancária que já foi citada em uma delação premiada do doleiro Lúcio Funaro, realizada em 2017,
enquanto ele estava preso acusado de ser operador de propinas do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

A conexão entre o banco Brasil Plural e a pesquisa eleitoral que aponta a ampla liderança do petista pode ser
comprovada a partir da ligação dos dados divulgados pelo TSE com as informações relativas à instituição
financeira presentes tanto no site da Receita Federal quanto no Portal da Transparência da União.
No registro da pesquisa divulgada nesta quarta, cujo número de identificação é BR-00075/2022, realizada pela
Quaest Pesquisas, Consultoria e Projetos, consta que o responsável pelo pagamento da consulta é uma
instituição financeira de nome Banco Genial S.A. O valor, que está presente na nota fiscal disponível no site do

TSE, é de R$ 268.742,48 por pesquisas eleitorais a serem feitas entre 01 de junho de 2021 e 31 de outubro de
2022.

Em uma primeira vista, parece não existir qualquer relação entre o banco citado por Funaro na delação, o Brasil
Plural, e o pagador da pesquisa, o Banco Genial. Entretanto, o que ocorre é que as duas instituições são a ARCTIC AIR ULTRA

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A mesma empresa, com o mesmo CNPJ, tendo apenas nomes diferentes. Tal informação pode ser confirmada por
meio do Portal da Transparência da União, através do histórico de nomes do banco, e pelo registro da empresa na Receita Federal, onde o e-mail declarado remete ao Banco Plural, outro nome da empresa.

Em 2019, o então deputado estadual Gustavo Neiva (PSB), do Piauí, afirmou que o Brasil Plural não possuía
sequer de um terço dos R$ 2,7 bilhões que o governo do Estado, administrado pelo petista Wellington Dias,
pretendia contratar de empréstimo junto à instituição. Na ocasião, segundo o parlamentar, todo o patrimônio do
banco era de apenas R$ 767,1 milhões.

Segundo Neiva, no ano de 2017, de acordo com os dados do balanço apresentado ao Banco Central na época, o
Banco Brasil Plural teve um prejuízo de R$ 20 milhões, que, em 2018, subiu para R$ 20,1 milhões.

– Como pode um banco que tem prejuízo, ano após ano, querer emprestar dinheiro ao Piauí? –
indagou o deputado.

Na época, Neiva também lembrou que o banco havia sido citado por Funaro em delação e questionou por qual
motivo a gestão petista não havia escolhido bancos conhecidos e conceituados como o Banco do Brasil ou a
Caixa Econômica Federal.

– Precisamos saber onde estamos nos metendo. Se o Piauí tem conceito B no Tesouro Nacional, se
tem condições de pedir empréstimos, porque não foram buscados bancos sérios e conhecidos, como
o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Bradesco, o Santander, o Itaú ou mesmo bancos
internacionais? Teve que ir atrás de um banquinho que ninguém conhece – declarou.

Por fim, o parlamentar citou uma denúncia do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo dando conta
que as operações do Banco Plural causaram prejuízos ao Fundo de Previdência da Caixa Econômica Federal
(Funcep), ao qual, segundo Neiva na ocasião, o governador Wellington Dias estava vinculado como
economiário aposentado.

– Essa Casa e a sociedade tem o direito de saber como o governo achou esse Brasil Plural, que tem
envolvimento com a Lava Jato – completou.

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