O fato deixa uma enorme rachadura no sistema administrativo daquela unidade prisional, envolvendo a Secretaria de Justiça do Estado, e maculando a imagem do Governo da Bahia.
É certo, que a partir desta terça-feira, 29, as instituições internacionais ligadas aos direitos humanos, estarão cobrando posições do Estado, exigindo explicações sobre os bárbaros assassinatos dentro da unidade, que deveria proteger os presos.
Na verdade, o Presídio de Eunápolis, um dos mais novos do País, inaugurado em 11 de maio de 2012, pelo governador Jaques Wagner, mas apto para receber presos em setembro do mesmo ano, vem sendo alvo de denúncias sobre os maus tratos por parte dos agentes penitenciários, acusados de abusarem, humilharem e maltratarem o detentos.
Em menos de um ano de funcionamento, o sistema administrativo já se mostrava corrompido. Um exemplo disso, foram as prisões de pelo menos nove funcionários da unidade na tarde do dia 24 de setembro. De forma vergonhosa, policiais civis e militares cumpriram os mandados de prisão de funcionários daquele complexo, expedidos pelo juiz Otaviano Andrade Sobrinho, da Vara de Execuções penais, em diferentes locais da cidade.
De lá para cá, sete meses depois, várias denúncias pipocaram, dando conta de que os presos estavam sendo humilhados pelos agentes, telefones celulares usados abertamente de dentro das celas e outras denúncias feitas pelos familiares dos detentos.
Depois desta segunda-feira, 28, o Presídio de Eunápolis, estará marcado como um dos mais violentos do Brasil. Como o lugar, onde presos foram queimados vivos. Isso assombrará a população e as famílias dos presos por muitos anos. Um fato vergonhoso para o Estado da Bahia.
A cidade de Eunápolis, não deveria passar por esse constrangimento e de forma tão negativa. O Presídio para esta terra, foi um verdadeiro presente de grego do governo baiano para o povo eunapolitano.
O diretor do Presídio de Eunápolis, major Gilson Paixão, reuniu a imprensa, no final da tarde de ontem para falar sobre o massacre que deixou seis detentos mortos, durante uma rebelião no pavilhão A.
Ele disse que tudo começou após um procedimento de revista nas celas, quando os presos não queriam ser revistados e partiram para cima para agressão. A PM interferiu e 160 presos se rebelaram, depredando o pavilhão e matando seis detentos que foram queimados vivos. A Unidade foi depredada e será recuperada para voltar a funcionar, só depois as vistas serão liberadas.